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Estudo etnográfico destaca papel da APDP na experiência de pessoas com diabetes tipo 2

No contexto da Licenciatura em Antropologia do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) da Universidade de Lisboa, Margarida Silva desenvolveu, no Gabinete do Cidadão da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), um estudo etnográfico centrado nas experiências de pessoas com diabetes tipo 2. O trabalho analisou indicadores de perceção e resultado reportados pelos utentes (PREMs e PROMs), com o objetivo de avaliar a qualidade dos serviços prestados e contribuir para o seu aperfeiçoamento contínuo.

Intitulado “Etnografia das experiências de pessoas com diabetes tipo 2 na APDP – Avaliação e Identificação de melhorias nos serviços prestados”, o estudo procurou compreender o impacto das perceções dos utentes sobre o acompanhamento da diabetes tipo 2, focando-se tanto na experiência de utilização dos serviços como nos efeitos concretos dos cuidados de saúde recebidos.

A investigação teve como base uma abordagem qualitativa de inspiração antropológica, recorrendo à observação direta e à realização de entrevistas semiestruturadas a 18 utentes da APDP. Esta metodologia permitiu recolher testemunhos aprofundados sobre aspetos como o atendimento clínico, as infraestruturas e a organização dos serviços.

De forma geral, os resultados evidenciam uma perceção positiva do desempenho da associação, com os participantes a destacarem a simpatia e o profissionalismo das equipas de saúde. Muitos dos utentes expressaram sentimentos de confiança e conforto no contacto com os serviços da APDP, reconhecendo o papel fundamental da instituição na gestão da sua doença crónica.

Ainda assim, o estudo não deixou de identificar áreas de possível melhoria. Entre as sugestões mais referidas pelos participantes encontram-se a necessidade de melhorias no acesso às instalações (nomeadamente as escadas da entrada), a redução dos tempos de espera e uma reflexão sobre a localização da sede da associação.

O relatório final reforça a importância de ouvir os utentes como parte integrante da melhoria contínua dos cuidados de saúde. Ao dar visibilidade às suas experiências e opiniões, este trabalho vem sublinhar o compromisso da APDP com a escuta ativa, a humanização dos cuidados e a adaptação dos serviços às reais necessidades das pessoas com diabetes tipo 2.

Lisboa, 7 de agosto de 2025