Sobre a APDP
Quem somos
Fundada em 1926 pelo médico Ernesto Roma, a APDP conta hoje com uma equipa de cerca de 130 pessoas, incluindo profissionais de diferentes especialidades médicas, enfermagem, nutrição, psicologia, técnico/as de saúde, pessoal administrativo e auxiliares. Trata-se de uma equipa multidisciplinar, dedicada e empenhada no acompanhamento próximo e na prestação dos melhores cuidados de saúde às pessoas com diabetes que nos procuram. A APDP tem mais de 28 mil associado/as e atende perto de 300 pessoas por dia.
A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) é a associação de diabetes mais antiga do mundo. É uma instituição particular de solidariedade social, pessoa coletiva de utilidade pública, que tem como objetivos estatuários:
a) A prestação de cuidados de saúde de carácter preventivo, curativo e de reabilitação;
b) A integração social e comunitária das pessoas com diabetes e a defesa dos seus direitos;
c) A proteção às pessoas com diabetes em situação de manifesta e reconhecida carência económica.
Missão
A APDP trabalha para a melhoria da qualidade de vida e para o bem estar das pessoas com diabetes, para que esta doença não constitua uma barreira no seu dia a dia. Já em 1925 escrevia Pulido Valente, na sua obra “Lições sobre Diabetes”: Mais do que em qualquer outra doença o médico será aqui educador. A sua função é menos tratar o doente do que ensiná-lo a tratar-se ele próprio.
Pulido Valente foi inspirado pela visão de Ernesto Roma que, depois de conhecer o milagre da insulina nos Estados Unidos da América, criou em Lisboa a primeira associação de diabetes do mundo e foi o responsável pela introdução, em Portugal, do conceito de educação terapêutica no tratamento com insulina das pessoas com diabetes.
A APDP é uma instituição que mantém alta a bandeira de respeito pelas pessoas com diabetes e de defesa da sua autonomia e integração social.
A APDP tem por missão:
• Apoiar as pessoas com diabetes, familiares e cuidadore/as, prestando-lhes serviços clínicos e educativos de qualidade;
• Construir uma relação terapêutica indispensável à prestação de melhores cuidados na consulta individual multidisciplinar e na educação em grupo, integrando a pessoa com diabetes no seu próprio processo de tratamento;
• Desenvolver projetos de investigação, em parceria com organizações nacionais e internacionais, com vista à melhoria do tratamento e à cura da diabetes;
• Colaborar no desenvolvimento de políticas públicas centradas nos direitos e nas necessidades das pessoas com diabetes
Ernesto Galeão Roma
Ernesto Galeão Roma nasceu em Viana do Castelo no dia 1 de junho de 1887. Frequentou o Curso Secundário no Real Colégio Militar e ingressou na Escola Politécnica da Universidade de Lisboa onde fez o ano de “Preparatórios” para o Curso de Medicina que tirou na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, de 1905 a 1913.
Em 1921 “descobriu a América”, como ele próprio dizia, e um ano depois estava em Boston a estagiar no Massachussetts General Hospital. Foi aqui que testemunhou a revolução da insulina e visitou a mais famosa e importante clínica diabetológica do mundo – a Clínica Joslin – para onde os descobridores da insulina (Banting e Best) tinham enviado os primeiros frascos do produto. Assistiu, pois, aos primeiros milagres desta hormona, que salvou a vida e restituiu a saúde às crianças com diabetes que até então estavam condenadas a uma inevitável morte a curto prazo.
De volta para Portugal, foi logo reconhecido como diabetologista e para o seu consultório convergiram as pessoas com diabetes a quem ele instituía a insulinoterapia. Em 1926, frustrado pelo escândalo das mortes das pessoas pobres com diabetes que, sem qualquer assistência pública, não tinham meios de adquirir a insulina, ele mobilizou as pessoas da burguesia com diabetes, seus pacientes e amigos, e criou a Associação Protectora dos Diabéticos Pobres (hoje a APDP – Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal), a primeira associação de diabetes do mundo, precursora do movimento associativo internacional da luta contra a diabetes.
Na APDP, logo iniciou a educação da pessoa com diabetes, sempre importante e, agora, com a insulina, imperativamente indispensável para a própria pessoa com diabetes se auto-injetar e auto-vigiar. Assim, “devolveu” à Europa esta educação iniciada em meados do século XIX por Bouchardat e, depois, “meio esquecida”, mas bem continuada na América, em Boston, por Elliot Joslin, na sua famosa clínica.
Adaptando a Clínica Diabetológica às condições dos pobres em Portugal ele criou uma escola original em que a insulina era prescrita não só nas crianças como também na idade adulta. A dieta associada à insulina já podia ser alargada, permitindo à pessoa com diabetes comer de tudo o que a sua família comia – excluindo obviamente o açúcar – e limitando o cálculo da dieta apenas aos hidratos de carbono.
Ernesto Roma, sozinho, estudou e habilitou-se em gastrotecnia, dietética e quiropodia e na APDP teve durante decénios a única Escola Diabetológica de Clínica Pedagógica do País.