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APDP defende estratégia nacional focada na saúde da mulher com diabetes

No âmbito do Dia Internacional da Mulher, a APDP apelou à criação de uma estratégia nacional que contemple campanhas de prevenção e diagnóstico precoce dirigidas ao público feminino, ações de consciencialização para a importância do autocuidado no tratamento da diabetes e acesso a um acompanhamento que saiba responder às especificidades de ser mulher com diabetes.

A APDP lança assim um alerta para os desafios singulares que a diabetes impõe à saúde e ao bem-estar das mulheres. Embora a diabetes não seja mais comum no sexo feminino, a gestão da doença nestes casos apresenta particularidades que exigem uma abordagem diferenciada e atenta. “A diabetes não discrimina, mas o seu impacto na vida das mulheres é inegavelmente singular”, afirma Rita Nortadas, especialista em Medicina Interna da APDP, explicando: “As flutuações hormonais inerentes ao ciclo menstrual, à gravidez e à menopausa podem destabilizar os níveis de glicemia, exigindo um acompanhamento médico mais próximo e personalizado.”

A associação destaca, por isso, a importância de as mulheres estarem atentas às flutuações glicémicas, prevenindo infeções e reconhecendo o risco acrescido de complicações e a importância da saúde mental. Um estilo de vida saudável, com uma alimentação equilibrada e a prática regular de atividade física, é fundamental para o controlo da diabetes e o bem-estar.

“É crucial que as mulheres com diabetes tenham acesso a informação e cuidados de saúde adequados para minimizar estes riscos e garantir uma vida plena e saudável,” reforça a médica. Uma mulher com diabetes tem também um maior risco do que o homem, em igualdade de circunstâncias, de ter complicações. Além das alterações hormonais, a APDP sublinha que as mulheres com diabetes apresentam um risco acrescido de infeções geniturinárias, complicações cardiovasculares e renais, e até mesmo de doenças oncológicas, como o cancro da mama, bem como problemas de saúde mental, como o burnout e a depressão.

“O nosso objetivo é garantir que homens e mulheres tenham os mesmos níveis de saúde, felicidade e concretização. Investir na saúde das mulheres com diabetes é investir no futuro de toda a sociedade.”, conclui Rita Nortadas.

Embora a diabetes seja geralmente mais comum em homens, incluindo em Portugal, as mulheres enfrentam um risco de mortalidade superior associado à doença.  A nível global, a prevalência da diabetes em mulheres entre os 20 e os 79 anos é de 10,2%, um valor próximo da prevalência global de 10,5%, de acordo com dados da International Diabetes Federation. Em Portugal, o cenário reflete esta tendência, com uma prevalência de 11,6% que aumenta significativamente com a idade, atingindo 24,2% em indivíduos com mais de 60 anos, como demonstra o relatório do Observatório Nacional da Diabetes.

Lisboa, 8 de março de 2025